- A bolsa norte-americana não interrompeu o ciclo de retomada, acumulando agora quase 17% de alta desde as mínimas em dezembro. A sensação é de que há forte ansiedade entre os investidores que ficaram muito pessimistas no fim do ano passado , desfizeram suas posições e agora querem retornar às compras. Trata-se de uma questão mais técnica, que pode expor suas vulnerabilidades. É verdade que o fluxo de notícias sobre os fundamentos ficou claramente bem “menos pior” após o último Natal. Houve a mudança na postura do FED, alívio nas tensões comerciais com a China, resultados corporativos satisfatórios e dados de crescimento que sustentam visão de uma economia estável no momento, afastando receios de recessão iminente. Isso tudo, no entanto, parece bem precificado, restando a dúvida sobre o que resta para nos surpreender positivamente. (VALOR; UOL; THE ECONOMIST)
- Uma pergunta importante é se localmente nossa bolsa se sustenta caso os mercados acionários externos sofram uma realização. Por aqui, o Ibovespa demonstra muito vigor, resistindo às quedas mesmo em dias de noticiário menos favorável. No entanto, desde o início de janeiro, medida em dólares, a bolsa brasileira está praticamente lado a lado em relação ao resto do mundo. Ou seja, estamos caminhando pari-passu com o resto, restando a dúvida se já poderíamos nos descolar mais fortemente em função das peculiaridades positivas que envolvem as nossas reformas e a perspectiva de aceleração do crescimento. ( SANTANDER PRIVATE ; XP ; VALOR)
- O noticiário sobre a reforma da previdência trouxe informações de que provavelmente o governo não seguirá com a proposta já em tramitação de Michel Temer. Isso alargaria o prazo até sua aprovação, mas, mesmo assim, Rodrigo Maia sinalizou que, tendo os votos, é possível fazer as votações até maio na Câmara dos Deputados. Outra questão debatida nesta terça-feira foi o grau de desidratação que a proposta da equipe econômica sofrerá pelo próprio Jair Bolsonaro. O presidente já mencionou que prefere uma idade mínima diferente e menor do que a dos homens, para as mulheres requererem aposentadoria. Segundo a minuta de reforma que andou circulando, o ministério da economia havia sugerido 65 anos para ambos. Enfim, não se sabe ao certo como tudo isso caminhará, parecendo razoável uma maior quantidade de ruídos sobre o tema nos próximos dias. ( GNEWS; NOTICIÁRIOS LOCAIS )
- Houve nessa semana uma reunião de política monetária do Banco Central. A expectativa é de manutenção da Selic, mas os analistas estarão atentos sobre as sinalizações quanto aos passos futuros. A curva de juros já começa a precificar alguma probabilidade de cortes mais à frente, debate que cresce entre os economistas. ( SANTANDER PRIVATE ; XP ; VALOR)